No início de Junho, durante a IX Cúpula das Américas em Los Angeles, as mensagens da Fundação Interamericana (Inter-American Foundation) foram simples, mas impactantes: O desenvolvimento de base comunitária funciona. A sociedade civil é importante. A IAF trouxe para a Cúpula uma delegação de nove líderes comunitários, de sociedades civis e de grupos de jovens representando organizações donatárias da IAF, assim como seis colaboradores e três vencedores do Desafio InovAção (InnovAction Challenge)

Cada representante das organizações donatárias compartilhou uma história comovente sobre como o financiamento do governo dos EUA os ajudou a expandir oportunidades de participação cívica e econômica para jovens, promover a inclusão econômica de mulheres, mitigar a violência de gangues, integrar migrantes deslocados e refugiados e fornecer alternativas à migração irregular. Juntos, apresentamos exemplos inspiradores do compromisso do governo dos EUA com grupos de base comunitária e da sociedade civil, respondendo às ideias e prioridades da comunidade.

Pedimos aos representantes dos donatários da IAF que participaram da Cúpula que comentassem sobre suas experiências no Fórum da Sociedade Civil (Civil Society Forum) e no Fórum de Jovens das Américas (Young Americas Forum). Alguns dos temas que emergiram dos comentários incluem a importância de representação, acessibilidade e troca de conhecimento em espaços de diálogo sobre questões regionais. 

Two women delegates pose at the Summit of the Americas.

Representação

Vários donatários deixaram claro que a representação de grupos historicamente marginalizados em espaços como a Cúpula garante que as discussões com os líderes sejam baseadas em informações precisas. A participação em espaços de consultoria é um benefício que os grupos de base trazem aos líderes hemisféricos, e não o inverso. As organizações de base têm acesso inigualável em primeira mão ao conhecimento de alta qualidade sobre como os desafios regionais estão realmente acontecendo na prática.   

Nesta semana inesquecível em Los Angeles, o que mais me impressionou foi ver tantos jovens finalmente fazendo parte desses espaços en conjunto com grandes líderes mundiais, que são, no final das contas, quem tomam as decisões finais nos seus países. Não se trata apenas de representar a juventude, trata-se de representar o trabalho que está sendo feito nas bases comunitárias. Somos nós que conhecemos verdadeiramente as necessidades das populações que ajudamos. Temos as ferramentas para entender como podemos ajudar a melhorar a qualidade de vida delas, mas enquanto não tivermos políticas públicas que garantam um mínimo de condições para continuar nosso trabalho, simplesmente continuaremos trabalhando, como costumamos dizer na Colômbia, “con las uñas” (com poucos recursos, contando com nosso próprio esforço e determinação pessoal).